Inteligência Artificial

Em 2019, Gabriella Antici, fundadora e Diretora-Presidente do Instituto Protea em viagem aos EUA conheceu a Dra. Regina Barzilay, cientista da computação, professora do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e líder do corpo docente de inteligência artificial na Clínica Jameel do MIT. Através da Dra Regina, Gabriella tomou conhecimento de uma tecnologia de inteligência artificial para a leitura de mamografias digitais, desenvolvida em parceria com o MGH (Massachussets General Hospital).

A tecnologia, baseada em ‘Deep Learning’, tem a capacidade de estimar a probabilidade de uma mulher ter câncer de mama em até 5 anos da data da leitura do exame. Naquela época, a tecnologia estava sendo validada em diversas localidades ao redor do mundo, e Gabriella viu a oportunidade de validá-la também na população brasileira. Dra Regina e Dra Constance Lehman vieram ao Brasil em outubro de 2019 para o evento do Instituto Protea e visitaram vários hospitais públicos e privados. Nesta viagem, o Protea apresentou a equipe do MIT/MGH ao Hospital do Amor, em Barretos.

O Hospital do Amor de Barretos, referência no tratamento de câncer no Brasil, possuía amostra suficiente de mamografias digitais da população feminina brasileira. O modelo já havia sido testado na população americana, europeia e asiática, sendo necessário, então, verificar a capacidade de leitura nos exames das mulheres brasileiras.  A população brasileira é especialmente rica para este tipo de estudo devido a sua grande miscigenação.  A validação foi concluída com sucesso, tendo alcançado índice de acuracidade ao redor de 80%. Para referência, a tecnologia comumente utilizada, atualmente, tem índice de acerto ao redor de 60%.

Além de colocar em contato as duas instituições, o Instituto Protea conseguiu financiamento para garantir a implementação da pesquisa:  a Patrick Mc Govern Foundation, fundação americana que apoia a pesquisa em Inteligência Artificial, concedeu ao Instituto recursos para financiamento do estudo. Com estes recursos, O Instituto Protea apoia a implantação da 2a fase da pesquisa no Hospital Santa Marcelina, parceiro do Protea, também em colaboração com o MIT.  A 2a etapa, estudará o modo de implantação clínica, impactos e benefícios de ferramentas de IA no dia a dia hospitalar.

Sendo um Hospital filantrópico que atende pacientes do SUS, a pesquisa possibilitará que  o Santa Marcelina desenvolva  protocolos diferenciados pra o rastreamento das pacientes,  avalie as oportunidades e obstáculos para implantação de programa de rastreamento com busca ativa e intervalos diferenciados de retorno, compare custos de um programa de rastreio com prazos diferenciados vs programa de rastreio praticado no SUS atualmente e, finalmente, desenvolva procedimentos para implantação segura e eficaz de ferramentas de Inteligência Artificial em contextos clínicos específicos.

Esta pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital em consonância com as regulamentações para pesquisa médica no Brasil.

O 1º passo para implantação da pesquisa no Hospital Santa Marcelina foi conseguir a doação de um mamógrafo digital, que o Protea conseguiu através da GE Healthcare, em 2021.  Atualmente, um membro da equipe do Protea, 100% dedicada a este projeto, trabalha junto com os profissionais de tecnologia do Hospital e do MIT e os médicos do Hospital Santa Marcelina  na transferência de conhecimento e implantação do programa.

Pequenas melhorias em programas de rastreamento do câncer de mama podem beneficiar uma quantidade significativa de mulheres. O diagnóstico precoce salva vidas, e este é o nosso objetivo principal: tudo pela cura do câncer de mama.

Para saber mais sobre o projeto de Inteligência Artificial, envie um e-mail para contato@institutoprotea.org.br